Uma pelada eletrizante (Tunísia 2x2 Arábia Saudita)

Copa do Mundo tem destas coisas, principalmente para quem acompanha todos os jogos pela TV. Grandes seleções se enfrentam entre si, ou enfrentam potenciais surpresas ou goleiam times medíocres. Em meio a tudo isso, aparece uma ou outra pelada de luxo como a que foi disputada em Munique entre Tunísia e Arábia Saudita.

No primeiro tempo, um daqueles jogos que quem assiste na TV torce para que acabe logo, para ver se o próximo vai ser melhor. No único lance de real perigo, aos 23 minutos, houve uma confusão na área da seleção árabe. O atacante tunisiano Jaziri (que curiosamente joga com camisa 5) aproveitou e mandou um voleio de encher os olhos. Antes, com apenas cinco minutos de jogo, ele sofreu um pênalti não marcado pelo árbitro australiano Mark Shield. E no primeiro tempo, nada mais além de passes errados e chutes mais errados ainda, de ambos os lados.

O voleio de Jaziri salvou o primeiro tempo.

Pouco antes do início da etapa complementar, já com os times em campo, um torcedor tunisiano invadiu o gramado, a exemplo do croata no jogo da seleção brasileira no dia anterior em Berlim. Desta vez não tinha câmera exclusiva da poderosa, e não deu para ver direito. Houve quem dissesse que ele estava pelado.

Logo aos oito minutos, o árabe Noor recebeu na entrada da área, mas errou, de forma até certo ponto bisonha, o chute. Três minutos depois, o mesmo Noor mostrou seu potencial de craque e cruzou para Yasser Al Khatani chutar fora do alcance do goleiro Boumnigel e empatar a pelada, aliás, a partida.

A partida seguiu num ritmo vertiginoso de passes errados, chutes sem direção e muita fé em Alá para que um dos dois times muçulmanos fizesse o gol da vitória. O mesmo Alá reverenciado no gol de empate dos árabes, iluminou o caminho de Al Jaber. O centroavante recebeu na entrada da área e chutou cruzado, virando a partida para o time treinado pelo brasileiro Marcos Paquetá.

Entretanto, Alá tinha outros planos para o desfecho do embate épico entre tunisianos e sauditas. Aos 44, o árabe Sulimani cobrou uma falta que só bateu na trave porque desviou na barreira. Três minutos depois, já nos acréscimos, o zagueiro Jaidi subiu para o ataque, ajeitou de cabeça para o craque da partida Jaziri cruzar de volta para cabeçada do implacável Jaidi restabelecer o equilíbrio entre os devotos de Alá.

Empate em dois a dois e quem vencer a Ucrânia de Shevchenko por mais gols de diferença se classifica. Por que para vencer a Espanha Alá terá muito trabalho.