Felipão entra para a historia. E só (Angola 0x1 Portugal)
Luís Felipe Scolari, ou Felipão é um sujeito tão competente quanto abençoado. Como jogador não passou de mediano. Os times que treinou nunca foram lá grandes esquadrões. Mesmo assim ganhou campeonatos de nível nacional e continental com Grêmio e Palmeiras, além de uma Copa do Brasil com o surpreendente Criciúma. E até assumir a seleção brasileira em meio a uma crise em 2001, nunca tinha sido lá muito cotado para o cargo nem tinha tanta vontade de assumi-lo.
Estreou com uma derrota contra o Uruguai em Montevidéu, pelas eliminatórias da Copa 2002. Só garantiu a vaga na última rodada, contra a fraca Venezuela. No sorteio da Copa, sua estrela brilhou. O Brasil caiu no grupo mais fácil de todos os que já enfrentou em todas as copas. Venceu as três partidas, arrumou um time de poucos mas decisivos craques e venceu a Copa da Coréia e Japão com sete vitórias em sete jogos.
Antes mesmo do final da Copa, já tinha acertado para treinar a seleção de Portugal, que desembarcara no Oriente cercada de boas expectativas e não passou da primeira fase, perdendo duas das três partidas que disputou. Levou o time ao vice-campeonato europeu de seleções em 2004, perdendo para a limitada Grécia por mero detalhe. Nas eliminatórias, classificou-se sem derrota.
No sorteio, mais uma vez sua estrela brilhou. Caiu no grupo no qual o cabeça de chave nunca chegou uma semifinal, e os outros adversários são Ira e Angola, contra quem jogaria na estréia.
Na seleção de Portugal, Felipão conta Com elenco de pelo menos três, por assim dizer, craques: o experiente Figo, que voltou a ter boas atuações após sair do Real Madrid; o jovem e impetuoso Cristiano Ronaldo, que criou e desperdiçou boas chances e o (por enquanto) reserva Deco. Do restante, um perna-de-pau goleador chamado Pauleta, que em 2002 marcou três gols pela equipe na campanha desastrosa naquela copa.
O esforçado centroavante lusitano perdeu um gol incrível antes dos trinta segundos de jogo. Aos 4 minutos, Figo deu um drible da vaca em Lebo Lebo e cruzou para o centro da área. Até a mãe do leitor faria aquele gol, mas quem fez foi Pauleta. Com quatro minutos de jogo, Pauleta marcou seu quarto gol em copas e seu quadragésimo quarto gol pela seleção Portuguesa.
Esse gol de coincidências zagálicas (perdão pelo neologismo ridículo, mas não deu para resistir), o técnico que levou a seleção brasileira ao título com sete vitórias em sete jogos, bateu o recorde de vitórias consecutivas de um técnico em Copas do Mundo. Com oito vitórias ele supera o italiano Vittorio Pozzo, que havia atingido a marca entre as copas de 34 e 38*. Pozzo é o único técnico que ganhou duas copas consecutivas.
Do lado dos vencidos, destaque para os nomes dos jogadores, Lebo Lebo, Loco, Jamba, Zé Kalanga e Mantorras. Este está sem clube para jogar e é o craque do time. O goleiro titular João Ricardo também não tem clube. E no banco tem uma promessa de nome Titi Buengo.
Nas outras duas vezes em que se enfrentaram, duas goleadas portuguesas sobre sua ex-colônia. Desta vez a seleção de Portugal treinada pelo agora recordista Felipão só ganhou de 1x0, num jogo de poucas emoções ou ameaças às traves dos vencedores. Exceto pela bicicleta de Akwá (pronuncia-se acuá) ainda no primeiro tempo, Angola estava satisfeita por perder de tão pouco. Festa entre (ex)-colonizadores e (ex)-colonizados.
Numa copa em que vários recordes históricos podem cair por terra, Felipão saiu na frente.
*nas copas de 34 e 38, não havia fase de grupos e os jogos eram eliminatórios. Pozzo e a Itália venceram a final de 34 e a estréia de 38 na prorrogação.
1 Comments:
8 Vitórias...
A ignorância em pessoa, agora na versão premium.
Meu Deus ! MEEUUUU DEUUSSS !
Por:
Cleiton
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