Portugal se classifica, Felipão quebra recorde e a Nike quebra a cabeça (Irã 0x2 Portugal)

Seis dias depois de se tornar o técnico com mais vitórias consecutivas em Copa do Mundo, o treinador da seleção portuguesa Luis Felipe Scolari aumentou em um jogo sua estatística com a vitória de Portugal sobre o Irã por 2x0.

Agora Felipão tem nove vitórias consecutivas em partidas de Copa do Mundo. Além disso, a vitória sobre a apenas esforçada seleção asiática classificou os portugueses por antecipação para a segunda fase do torneio, algo que não acontecia desde a primeira participação lusitana numa Copa do Mundo, em 1966.

Nas outras vezes em que Portugal disputou uma Copa do Mundo (1986 e 2002), foi eliminada já na primeira fase. Em 2006, Portugal enfrentará nas oitavas-de-final um difícil confronto contra Holanda ou Argentina.

Na partida disputada em Frankfurt, Irã e Portugal fizeram um primeiro tempo com boas chances para ambos os lados e ligeiro domínio português. Aos sete minutos, o português Maniche arriscou de fora da área e mandou por cima. Quatro minutos depois, iraniano Nekouman respondeu com uma boa cabeçada.

No lance seguinte, o brasileiro naturalizado português Deco recebeu bom passe de Luís Figo, ajeitou a bola com a perna direita e mandou a bomba de canhota à queima-roupa para a boa defesa de Mirzapour. Pouco depois, Maniche arriscou novamente de fora da área.

Aos 30 minutos, o meia Teymourian recebeu livre na entrada da área e chutou na trave, assustando a torcida de Portugal, mas o impedimento já tinha sido marcado.

Foi então que Cristiano Ronaldo começou a parecer no jogo por outra coisa que não suas, dependendo do ponto de vista, irritantes firulas. Aos 33 minutos, ele aproveitou um escanteio cobrado por Figo e cabeceou para o gol iraniano, de onde o recuado atacante Borhani tirou de peito. Um minuto depois, Cristiano avançou pela direita, puxou para o meio e mandou a bomba de canhota, assustando Mirzapour.

Logo depois, o espalhafatoso zagueiro Kaabi deu uma espécie de voadora que atingiu o rosto de Figo, infligindo-lhe um pequeno corte.

No ultimo minuto, o lateral direito miguel entro na área em diagonal e chutou cruzado. A bola passou por baixo do corpo do goleiro do Irã, passou na frente do gol e o atacante Pauleta não alcançou. Foi a melhor (e última) chance do primeiro tempo.

A primeira chance da etapa final veio aos dez minutos com Cristiano Ronaldo, que cortou a zaga iraniana e soltou a bomba de esquerda, com a bola passando muito perto do gol.

Aos 17 minutos os ex-desafetos unidos por Felipão tramam a jogada do gol que abriu o placar. Figo avançou pelo setor esquerdo, puxou para o meio e passou para Deco mandar um potente chute de três dedos, de fora da área. A bola entrou no canto direito, sem chances para Mirzapour.

O Irã teve duas chances para empatar: aos 23 minutos, Khatibi recebeu livre na área, chutou cruzado, e a bola passou em frente ao gol; dez minutos depois Hashemian cabeceou para o chão e o goleiro Ricardo caiu para defender.

No lance seguinte, Figo foi derrubado dentro da área. Pênalti que Cristiano Ronaldo cobrou com forca, deslocando o goleiro. Antes do final da partida, Cristiano Ronaldo e Pauleta ainda tiveram uma boa chance cada um.

Com a vitória de 2 a 0, Portugal e Felipão deram um nó na cabeça da Nike, fornecedora de material esportivo da seleção portuguesa: na última rodada, Felipão pode chegar à sua décima vitória seguida como treinador (suas sete anteriores foram no comando do Brasil, também Nike), mas pode eliminar o México, cujo material também é Nike. O empate classifica os dois times.

O que vale mais para a poderosa empresa esportiva? Ter um treinador chegando a décima vitória seguida em copas do mundo, sempre no comando de seleções cuja camisa estampam sua marca, mesmo que isso implique em deixar outra equipe Nike de fora da copa? Ou esquecer o recorde e garantir México e Portugal na segunda fase com um simples empate?

O México tem dois gols de saldo. Angola, menos um. Os africanos enfrentam o desclassificado Irã e precisam de ao menos dois gols de diferença caso o México perca pela contagem mínima.

Essa briga promete.