Thursday, June 15, 2006

Com puxão de cabelo e tudo, Inglaterra espanta a zebra (Inglaterra 2x0 Trinidad e Tobago)

A seleção mais cretina da história das Copas do Mundo se chama Inglaterra. Auto-intitulados inventores do futebol, desde em que estabeleceram as regras do esporte, parecem nunca ter aprendido alguns fundamentos básicos, como o drible, por exemplo.
Só participaram de uma Copa na quarta edição, em 1950 no Brasil, pois achavam que não tinham porque jogar fora de sua ilha. Foram aos trópicos e apanharam de seleção semi-amadora dos Estados Unidos, sua ex-colônia.

Só jogando em casa conquistaram seu único título expressivo, a Copa de 1966, graças à atuação decisiva de um bandeirinha de nome esquisito (Tofik Bakhramov) e que virou estátua e nome de estádio em sua terra natal, o Azerbaijão (que na época era uma das republicas da União Soviética)

No primeiro tempo da partida contra o surpreendente Trinidad e Tobago (se é que um empate contra a Suécia seja algo espantoso), a Inglaterra fez o que vem fazendo desde antes de disputar sua primeira copa, em 1950. Lançar a bola na área e ver o que acontece.

Ver se o gigante Peter Crouch (1.98) manda para o gol. Porém, Crouch não consegue ser nada mais do que bisonho na primeira etapa. Não só no jogo aéreo, pois quem viu seu “voleio” depois do passe Beckham há de concordar que o grandalhão é mesmo meio bisonho.

A outra jogada do vasto repertorio dos inventores do futebol é o chute de fora da área. Lampard tentou várias vezes no primeiro tempo e a melhor delas foi aos cinco minutos. O goleiro Hislop soltou e a eterna promessa Michael Owen (26 anos e nenhum grande titulo no futebol), chutou de joelho.

Lampard também teve outra boa chance quando recebeu passe de Owen dentro da área (sim, os ingleses também chegam à área adversária) e chutou por cima.

Do lado de Trinidad e Tobago, muita vontade e entusiasmo que às vezes evolui para um jogo violento, tal como no empate sem gols da estréia contra a Suécia. Jogam na defesa, tanto que só conseguiram o primeiro escanteio a seu favor aos 35 minutos, cortesia de Beckham, o único capitão de time que passa perfume antes do jogo. Por que será?

Ainda assim, tiveram duas boas chances com seu artilheiro (nas eliminatórias, pois o da copa ainda não apareceu) Stern John. Na última delas, o zagueiro inglês Terry tirou quase em cima da linha. Alguns minutos, Lampard chutou do meio do campo e a bola entrou no gol. Ninguém comemorou, pois o juiz já tinha apitado fim do primeiro tempo.

Na volta do intervalo, o capitão de Trinidad Dwight Yourke prendia a bola esperando o tempo passar. O resto do time evitava os avanços ingleses na base da porrada mesmo, mas desta vez fizeram direitinho o serviço e ninguém foi expulso. O técnico Eriksson põe Wayne Rooney em campo, depois de tanta insistência da torcida e da TV que transmitia a partida. Parecia mesmo, pois Rooney aparecia sentado no banco e correndo para se aquecer tanto quanto os jogadores em campo. Em sua estréia na Copa, Rooney nada fez.

O técnico de Trinidad e Tobago, o veterano Leo Beenhaker já estava conformado em tentar sua primeira vitória em Copas do mundo na última rodada, contra o Paraguai e ainda tentar se classificar. Em 1990, treinando a Holanda, Beenhaker classificou o time de Gullit e Van Basten para as oitavas-de-final com três empates. Depois, perdeu para a Alemanha, que depois foi campeã. Empatando o jogo, Trinidad chegaria à última rodada com boas chances de classificação para a fase seguinte.

Trinidad se defendia e puxava falsos contra-ataques. Numa espécie de encenação da disputa colonial, a Inglaterra mandava bolas na área para tentar chegar ao gol, tal como seus galeões mandavam bombas para chegar às riquezas das ilhas Trinidad e Tobago.

Até que o galeão David Beckham lançou na área pela nãoseiláquatésima vez e então Crouch mostrou que pode até ser bisonho, mas sabe fazer gol de cabeça, nem que tenha que puxar o cabelo do zagueiro, como ele fez com o do zagueiro Sansho de Trinidad e Tobago. Aos 38 minutos do segundo tempo. Coisa de inglês.

Aos 45 minutos, com a vitória garantida, Gerrard recebeu de Beckham, driblou seu marcador Whitley e mandou a bomba de fora da área. Dois a zero, para que os ingleses pudessem cantar sua supremacia com mais convicção. Depois, o tobaguenho Stern John marcou um belo gol de letra, mas estava impedido.

Deu Inglaterra no confronto entre metrópole e colônia. Deu primeira divisão da Inglaterra no confronto contra seus primos pobres, uma vez que a maioria dos jogadores da seleção caribenha joga ou jogou em times menores da Inglaterra.

No duelo entre o capitão perfumado David Beckham (o único que joga fora da Inglaterra, no milionário e afetado Real Madrid) contra seu ex-colega de Manchester United, o veterano guerreiro Dwight Yourke (o único de Trinidad e Tobago que venceu o campeonato inglês), os ingleses repetiram sua história de colonização.

Assim, o técnico da Inglaterra Sven-Goran Eriksson vai enfrentar a seleção da Suécia (sua terra natal) sabendo de que resultado precisa para fugir do confronto com a anfitriã Alemanha (roubada em 1966 na Copa da Inglaterra) logo nas oitavas-de-final. Pode ser que o empate seja mais que necessário. O burocrático futebol inglês agradece.

1 Comments:

At Thursday, 15 June, 2006, Anonymous Anonymous said...

o crouch que esperou até o final paea empurrar um salsichão alemão no rabo do casagrande.

 

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