Friday, June 23, 2006

França garante vaga na última rodada (França 2x0 Togo)

Merecidamente ou não, a Copa desta vez não acabou mais cedo para os franceses, como em 2002. Depois de quebrar o jejum de gols em Copas no jogo contra a Coréia de Sul, os franceses voltaram a vencer no torneio, algo que não acontecia desde a noite de 12 de julho de 1998, no Stade de France.

“Les Bleus”, ou os azuis, entraram em campo sem seu craque e capitão Zidane, que levou um amarelo em cada partida anterior e não comemorou em campo seu aniversário. Ele nasceu em 23 de junho de 1972. Mas como o adversário era o transtornado e eliminado Togo, não haveria problemas. Como na primeira partida após o título de 1998, na abertura da Copa seguinte, contra Senegal.

A equipe africana estava escalada com três zagueiros, dois meio-campistas e cinco atacantes, a maioria desempenhando funções improvisadas. Nada mais “baba”.

Ao contrário das partidas contra Suíça e Coréia do Sul, onde atingiram um total de sete finalizações (3,5 por jogo), Thierry Henry & Cia. desta vez partiram com tudo para cima dos togoleses, concretizando uma metáfora da própria história de Franca e Togo. Este foi colônia francesa entre 1922 e 1960.

Logo aos três minutos, Trezeguet aproveitou uma sobra de bola e chutou de virada, para fora. Três minutos depois, o mesmo Trezeguet aproveitou um cruzamento do substituto de Zidane, Ribery. “Trezegol” acertou uma cabeçada para a boa defesa do goleiro Agassa.

A França chegaria ao gol aos treze(guet?) minutos, se Ribery tivesse chutado direto para o gol a bola que recebeu de Henry. Mas o meia preferiu rolar para o impedido Trezeguet, que marcou o gol corretamente invalidado.

A Franca seguiu atacando desperdiçando chances com Malouda, Ribery e Trezeguet. Ribery ainda conseguiu perder um gol incrível aos 28 minutos, quando recebeu livre na área e isolou a bola por cima do gol.

Aos 38 minutos, a chance mais incrível do primeiro tempo. Malouda arriscou de fora da área, Agassa defendeu e a bola sobrou para a cabeçada de Trezeguet que Agassa defendeu num verdadeiro milagre. Ao todo, a França conseguiu finalizar treze vezes só no primeiro tempo, quase o dobro das duas partidas anteriores, somadas.

Mas o placar só seria movimentado aos 10 minutos da etapa complementar. Antes, Trezeguet e Ribery já tinham perdido cada um uma boa chance. Togo também chegou a ameaçar com Adebayor e Kader.

Mas quis o destino que o primeiro gol saísse dos pés do capitão substituto, Patrick Vieira. Ribery driblou Tchangai, que pareceu mais deixar o francês passar. A bola foi rolada para Vieira girar e chutar forte para comemorar, assim como o suspenso Zidane, se aniversário. Zidane estava fazendo 34 e Vieira, 30. Minutos antes, a TV mostrou uma faixa alusiva ao duplo aniversário.

Dois minutos depois, Henry não aproveitou um bom cruzamento de Sagnol. Mas o mesmo Henry só precisou de mais três minutos para aproveitar outro cruzamento de Sagnol, que desta vez passou pela cabeça de Vieira antes de chegar aos pés implacáveis do artilheiro francês. Segundo gol dele na Copa, segundo da França no jogo e classificação assegurada. O restante do jogo transcorreu como mera formalidade e Togo se despediu da Copa 2006 como uma das seleções que perderam as três partidas, assim como Costa Rica e Servia e Montenegro. Os franceses enfrentam a Espanha nas oitavas-de-final.

E o fantasma de Senegal (eliminado pelo próprio Togo nas eliminatórias) estava devidamente exorcizado. Menos para o péssimo (e bota péssimo nisso) locutor Cleber Machado, que por mais de uma vez se referiu aos togoleses como Senegal. Deve ser porque é tudo África mesmo, não é, Cleber?

PS: Na outra partida de encerramento do grupo G, a Suíça garantiu um até certo ponto surpreendente primeiro lugar no grupo, derrotando a Coréia do Sul por dois a zero. O primeiro gol saiu numa falta cobrada por Yakin pela direita de ataque, que o zagueiro Senderos subiu junto com Jin-Cheul Choi para cabecear para as redes. No lance, ambos arrebentaram os respectivos supercílios e, literalmente, deram sangue pelo jogo. No segundo tempo, o heróico zagueiro artilheiro suíço caiu sobre o próprio braço e pareceu machucar-se com gravidade. Mas os suíços não se abalaram e aos 32 minutos Margairaz tentou uma jogada na entrada da área, a bola bateu num defensor coreano e tirou o impedimento do centroavante Frei, que driblou o goleiro Lee Won-Jae e marcou o gol que eliminou os sul-coreanos. Ao apontar e correr para o centro do gramado indicando gol, o árbitro argentino Horacio Elizondo escorregou e caiu de forma patética. A Suíça encerrou a primeira fase como a única das 32 equipes a não sofrer gol e os sul-coreanos, foram, ao lado da República Tcheca, as únicas equipes eliminadas que venceram na estréia. A Suíça joga nas oitavas-de-final contra a Ucrânia.

Palpites sobre os jogos das oitavas-de-final:

-Alemanha x Suécia, em Munique: dá Alemanha, nem que seja com a mão do trio de arbitragem brasileiro.
-Argentina x México, em Leipzig: Argentina, fácil.
-Inglaterra x Equador, em Stuttgart: a camisa a tradição devem pesar a favor dos ingleses, mas o Equador joga de amarelo, cor que a pele dos ingleses costuma adquirir em jogos decisivos.
-Portugal x Holanda, em Nuremberg: Portugal quer dar a décima - primeira vitória seguida em Copas a Felipão, que ganhou todas as partidas que disputou em 2002 e 2006. A Holanda de Van Basten quer a revanche da semifinal da Eurocopa 2004. Palpites são insensatos.
-Itália x Austrália, em Kaiserlautern: o chato futebol da seleção italiana deve levar a melhor sobre o “rugby-soccer” dos australianos.
-Suíça x Ucrânia, em Colônia: absolutamente imprevisível.
-Brasil x Gana, em Dortmund: no sufoco, mas dá Brasil.
-França x Espanha, em Hanover: de arrepiar, mas deve ser mesmo a despedida de Zidane dos gramados e da França da Copa 2006.

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