Saturday, July 08, 2006

Alemanha vai à forra com Felipão (Alemanha 3x1 Portugal)

“Disputar o terceiro lugar é mais um sofrimento do que qualquer outra coisa”. A frase dita pelo técnico de Portugal Luis Felipe Scolari numa entrevista antes da disputa do terceiro lugar da Copa 2006 diz muito sobre esta partida, que não é disputa em alguns torneios como, por exemplo, a Eurocopa.

Segundo Felipão, o filme da derrota de Portugal para a França graças a um gol de pênalti na semifinal não saiu da cabeça dos seus jogadores, bem como a eliminação alemã nos últimos dois minutos da prorrogação contra a Itália.

Com esse espírito, a anfitriã Alemanha e Portugal, o intruso na semifinal entre campeões entraram em campo em Stuttgart para disputar o jogo dos perdedores das semifinais, também conhecido pelo supracitado nome disputa de terceiro lugar. De um lado os alemães buscando uma despedida com vitória na Copa que organizaram tão bem e não conseguiram ganhar. Do outro Portugal buscando repetir sua melhor colocação no torneio, obtida em 1966.

No primeiro tempo, a costumeira ofensiva alemã nos primeiros minutos foi muito bem repelida pelos portugueses. O máximo obtido por Klose & Cia. foi uma reclamação por uma bola que resvalou no braço de Nuno Valente dentro da grande área.

Aos 14 minutos, Simão Sabrosa tocou para Pauleta, livre de marcação, chutar mal e permitir a defesa de Oliver Khan, que substituiu o titular Lehmann a pedido deste. Seis minutos depois, o meia alemão Kohl tentou de cobertura e o goleiro Ricardo se esticou para mandar a escanteio.

Três minutos depois, o apagado Klose (apenas dois chutes a gol na partida) tentou um drible da vaca em Ricardo Costa e foi seguro. Amarelo para o zagueiro lusitano. Na cobrança ensaiada, Podolski (eleito o melhor jogador jovem da Copa) chutou forte e Ricardo defendeu bem.

Com a boa marcação das duas equipes, a última boa chance do primeiro tempo aconteceu aos 30 minutos, depois que Simão Sabrosa deu um bom passe para Deco e este, na entrada da área, chutou de virada e mandou a bola por cima do gol.

No segundo tempo, as equipes parecem ter acordado para a partida e Simão Sabrosa levou perigo ao gol de Oliver Khan numa cobrança de falta aos cinco minutos. Em seguida, Cristiano Ronaldo deu um bom passe para Pauleta, que perdeu o ângulo do chute, aplicou um bom drible em Metzelder e chutou fraco e sem perigo para Khan.

No primeiro bom ataque alemão na segunda etapa, Schweinsteiger recebeu no lado esquerdo do ataque, puxou para o meio livrando-se de Paulo Carvalho e Petit e chutou de fora da área. Num misto de falha do goleiro e alta tecnologia da nova bola da Adidas, saía o primeiro zero do placar aos onze minutos.

Acesa no jogo, a Alemanha teve outra boa chance na bola invertida de Klose que encontrou o lateral-esquerdo Lahm deslocado pela direita. O chute de primeira passou muito perto do travessão de Ricardo. Dois minutos depois, Schweinsteiger cobrou falta pela esquerda, a bola desviou em Petit e foi para as redes. Tal como fez no primeiro tempo da partida de oitavas-de-final contra a Suécia, a Alemanha matou o jogo contra Portugal nos primeiros quinze minutos, desta vez na etapa final.

Apesar do abatimento, Portugal partiu para tentar marcar ao menos um gol, algo que não fazia desde as oitavas-de-final contra a Holanda. Ele quase veio no excelente passe de Cristiano Ronaldo para o chute de Deco muito bem defendido por Khan.

Aos 32 minutos, Figo (que acabava de substituir Pauleta) fez um bom passe para Cristiano Ronaldo chutar forte e Oliver Khan fazer outra grande defesa. No contra-ataque, Neuville passou para o craque da partida Schweinsteiger livrar-se de Petit e mandar um chute venenoso e indefensável para Ricardo e marcar o terceiro gol alemão. Se a arbitragem tivesse dado o gol contra de Petit para o meia alemão, ele seria o primeiro e provavelmente único jogador a marcar três vezes numa partida na Copa 2006.

Daí para frente, não havia muito mais a fazer para a Alemanha. Portugal, por sua vez, tentava o gol de honra. Aos 36, cruzamento da esquerda, e Metzelder meteu a cabeça para evitar o gol de Nuno Gomes. Não fosse o bom posicionamento e a sorte de Oliver Khan, o zagueiro teria marcado contra.

Cristiano Ronaldo teve mais duas chances de diminuir o placar: a primeira numa cobrança de falta que Khan, praticamente batido no lance, voltou e defendeu; a segunda num chute de fora da área.

A três minutos do final do tempo regulamentar, Figo cruzou da direita para o peixinho certeiro de Nuno Gomes que deu números finais à partida.

Assim, a anfitriã Alemanha chegou a um aplaudido e, por que não, honroso terceiro lugar, derrotando o treinador que os venceu na final de 2002 com o Brasil. E Felipão não conseguiu igualar o terceiro lugar obtido por Portugal quarenta anos antes.

Tanto Alemanha quanto Portugal acenam como boas apostas para 2006. A Alemanha tem um time jovem e só precisa encontrar um goleiro, já que Khan e Lehmann serão quarentões em 2010. Já Portugal, caso mantenha Felipão no comando técnico só precisa de jogadores ofensivos à altura de Cristiano Ronaldo. Por que com um jogador como Pauleta no comando de ataque fica difícil, muito difícil.

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