Friday, June 30, 2006

Itália goleia... parece até mentira (Itália 3x0 Ucrânia)

Sujeitos engraçados os italianos: ganham suas primeiras copas (1934 e 1938) e fazem saudações fascistas, voltam a disputar uma decisão depois de 32 anos e levam de 4 a 1 (1970), vencem os anfitriões na primeira fase e são eliminados depois (1978), eliminam os favoritos absolutos e são campeões na seguinte (1982), organizam outra para vencer e são eliminados na disputa de pênaltis da semifinal (1990). Nos pênaltis perdem a decisão de 1994 e pênaltis são eliminados em 1998. Em 2002, foram assaltados à mão armada e perdem na morte súbita para os sul-coreanos. Regredindo 36 anos, são eliminados na primeira fase pelos coreanos do norte.

Chegam à Copa da Alemanha afundados em denuncias de manipulação de resultados, envolvendo principalmente o clube com mais títulos no país, o Juventus. Que tem o maior numero de jogadores na seleção italiana, cinco. A Azurra é a única seleção da Copa formada apenas por jogadores que atuam no país. Da Juventus são o goleiro Buffon, o zagueiro e capitão Cannavaro e o lateral Zambrotta. Ainda tem Camoranesi e Del Piero, que entram e saem do time frequentemente.

Do outro lado a Ucrânia, cujo único jogador de renome atuou entre 1999 e 2006 no time italiano do Milan e está de saída para o inglês Chelsea. Shevchenko é um dos quatro “estrangeiros” na Ucrânia. O atacante Voronin joga na Alemanha e outros dois jogam na Rússia, que fazia parte da antiga União Soviética junto com Ucrânia e vários outros países.

Logo aos seis minutos de jogo, Zambrotta tabelou com Totti (uma espécie de Ballack ou Beckham italiano, mas sem braçadeira de capitão) que devolveu com um passe de letra tão tosco quanto eficiente, ao menos para enfrentar um defensor que disputa o “competitivo e prestigiado” campeonato da Ucrânia. O dito tentou um carrinho e passou direto. Zambrotta soltou uma bomba, ainda que defensável, de fora da área e abriu o placar.

Durante todo o primeiro tempo os chutes pouco pretensiosos de Tymoschuk, Shevchenko e Shelayev são tudo que os ucranianos conseguem mostrar. A Itália, nem isso.

Veio o segundo tempo e a comedia farsesca italiana deu as caras logo no primeiro minuto, quando a bola bateu na coxa do capitão Cannavaro e este foi ao chão, como se a bola tivesse atingido as suas. Tome jogo parado e atendimento médico, a Itália estava ganhando mesmo.

Logo depois a Ucrânia conseguia o primeiro escanteio do jogo. Não do time ucraniano, mas do jogo mesmo. Surgiu depois de uma confusão na área italiana com o zagueiro Barzagli tentando usar a canela para tirar e quase fazer contra.

Na cobrança, cruzamento na área, Camoranesi não sobe e Gusin cabeceia no canto para a espetacular defesa de Buffon, que bate com a cabeça na trave. Fellini adoraria a cena.

Aos doze minutos, outra cena típica de comédia italiana. Mylovski pega a sobra de um chute de Shevchenko, pára e percebe a entrada de Gusev, que chuta cruzado para a boa defesa de Buffon. No rebote, Kalinichenko chuta e Zambrotta tira de peito, com a bola ainda batendo na trave.

Dois minutos depois, escanteio cobrado curto, Totti levanta na área, Cannavaro impedido tenta cabecear, mas é Luca Toni que acerta e marca, de cabeça, o segundo gol da partida.

Aos 16, outro lance incrível: Kalinichenko cruza na área italiana para a cabeçada pouco pretensiosa de Gusin. A bola sobe e cai no travessão de Buffon antes de ir para fora.

Aos 23 minutos, o terceiro gol italiano: depois de marcar um gol para sua seleção e evitar outro, Zambrotta foi até alinha de fundo, driblou Vaschuk e cruzou para Luca Toni fazer o gol mais fácil de toda a sua carreira.

A ultima vez que a Itália havia marcado três gols num jogo de Copa havia sido contra Camarões, em 1998 e antes disso na Coréia do Sul em 1986. Ambas na primeira fase

Quase foram quatro, mas Totti resolveu dar um toque no mínimo displicente após receber livre de Toni e ficar frente a frente com o goleiro Shovkovskyi. O “ótimo” locutor global Rogério Correa ensaiou uma rasgação de seda para o lance (“olha que beleza o toquinho do Totti para o gol”) e o replay logo em seguida mostrou que o italiano fez uma boa m...

Os italianos voltam a uma semifinal, doze anos depois. Em 1998 e 2002 foram eliminados pelos anfitriões França e Coréia do Sul, nas quartas e oitavas-de-final, respectivamente. Agora têm de novo os anfitriões pela frente na partida que vai envolver dois países cheios de títulos mundiais em seu passado e escândalos de manipulação de resultados no presente (a Alemanha em 2004 e a Itália em 2006). Além disso, denuncias de compra de votos marcaram a escolha da Alemanha como sede da Copa 2006.

Qual dos dois vai roubar, ops, jogar mais e chegar à final? Dia 04 de julho, a resposta.

PS: mais pitacos, já que acertei ao menos quem passaria. A Alemanha sem (muito) roubo e a Itália sem (tanta) dificuldade. Mudo meu pitaco sobre Inglaterra x Portugal, acha que o juiz vai roubar para os ingleses e evitar a 12ª vitória seguida de Felipão e a 5ª seguida de Portugal. Para também evitar que Felipão domine o mundo que as semifinais envolvam apenas campeões mundiais, como em 1970 e 1990. Na primeira, Alemanha e Itália fizeram uma das semifinais e Brasil e Uruguai a outra. Em 1990, Itália x Argentina de um lado, Alemanha x Inglaterra do outro. Desta vez, Brasil x Inglaterra farão a outra semifinal, com a pilantragem igualmente em campo, já que o Brasil teve escândalo de arbitragem e manipulação de resultados e a Inglaterra é o país das casas de apostas.

3 Comments:

At Friday, 30 June, 2006, Blogger Maurício Targino said...

Chutei que Gattuso iria fazer o único gol da vitória italiana. Nem ele fez gol, nem a Italia fez só um. Mas Gattuso foi o craque da partida, segundo a Fifa.

 
At Saturday, 01 July, 2006, Anonymous Anonymous said...

atualiza isso mau mau!!!! pensei que já ia encontrar uma crônica sobre o brasil fora da copa... Hexacampeão, meu caro, só mesmo o glorioso Clube Náutico Capibaribe...

 
At Saturday, 01 July, 2006, Blogger Maurício Targino said...

Thais, dane-se o Nautico e não você

Te amo

 

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