Monday, June 26, 2006

Vitória à italiana ou a vingança de Totti (Italia 1x0 Australia)

Ela bem que tentou aparecer, mas ainda não foi desta vez. A Copa do Mundo 2006 chegou a sua 53ª partida e nenhuma zebra apareceu. Mas ainda nas oitavas-de-final o recorde de expulsões já foi superado, bem como o de cartões amarelos. Jogo duro ou dureza da arbitragem? Vai saber.

A 53ª partida do torneio foi a quinta válida pela fase de oitavas-de-final, com as seleções de Itália e Austrália disputando uma vaga entre os oito melhores. Além dos times, havia também um duelo particular: Itália x Guus Hiddink, o técnico holandês que antes de assumir a seleção australiana treinava a da Coréia do Sul. O time que eliminou a Itália, também nas oitavas-de-final da Copa de 2002, num jogo bastante conturbado.

Dispostos a não deixarem a zebra passear, os italianos partiram logo para cima e antes dos dois minutos Del Piero já estava cruzando da esquerda para uma cabeçada perigosa de Luca Toni.

O outro atacante italiano, Gilardino, teve uma boa chance aos 19, num voleio não tão bem executado que o goleiro Schwarzer mandou para escanteio. Luca Toni teve outra boa chance aos 19, ao receber um lançamento de Pirlo, virar e chutar forte para a defesa, como o pé, de Schwarzer.

O primeiro ataque australiano veio logo depois, numa cobrança de falta cuja bola foi alçada na área e Viduka cabeceou forte, mas em cima do goleiro Buffon, que agarrou a bola sem dificuldades.

No melhor estilo inglês, a Austrália quase chegou ao gol noutra bola alçada na área, que sobrou para Chipperfield chutar em cima de Buffon, que defendeu em dois tempos.

Luca Toni, que até agora só veio à Copa para perder gols, desperdiçou outra chance aos 33 depois de receber um lançamento de Del Piero, matar a bola no peito e virar para o gol, mas Chipperfield bloqueou a tempo. Logo depois, Pirlo lançou na linha de fundo, Perrotta ajeitou de cabeça e tome Luca Toni cabeceando errado de novo. Nada mais que fosse digno de registro aconteceu no primeiro tempo.

Aos três minutos da etapa final, Iaquinta (que substituiu Gilardino) cruzou rasteiro da direita, a bola bateu em Perrotta e sobrou para Toni perder mais um gol, chutando por cima.

Dois minutos depois, a 24ª expulsão da Copa 2006 (duas a mais do que em toda a Copa de 1998, que detinha o recorde até então): Materazzi fez falta em Bresciano, na intermediária defensiva italiana. Apesar de mal merecer amarelo e ser a primeira falta do zagueiro italiano, o árbitro Luis Medina Cantalejo deu vermelho direto. E olhe que no lance Materazzi atingiu mais um companheiro de equipe do que o adversário.

Com um a menos no time, Luca Toni perdeu a chance de perder mais gols e foi substituído pelo zagueiro Barzaglia. Então a Austrália começou sua ofensiva à inglesa, repleta de bolas alçadas na área, chutes de longa distância e certa afobação nas conclusões, como a de Chipperfield, livre dentro da área, chutando em cima de Buffon aos 13 minutos.
A Itália respondeu com uma falta de longa distância que Pirlo cobrou bem, mas Schwarzer mandou para escanteio aos 20 minutos.

Dez minutos depois, Totti substituiu Del Piero, que dificilmente agüentaria jogar a prorrogação, quando e se ele viesse.

Nos dez minutos seguintes à entrada de Totti no jogo, a Austrália teve chances com Bresciano, duas vezes, Cahill e Viduka. Apenas aos 41, num bate-rebate na área australiana, a bola sobrou para Iaquinta soltar o pé-de-pluma sem dificuldade para Schwarzer. Três minutos depois, Aloisi teria feito um gol espetacular, se não tivesse acertado o vento na tentativa de bicicleta.

A Itália caminhava para disputar sua décima prorrogação de Copa do Mundo (só de 1990 para cá foram cinco) e o zagueiro Grosso avançava ao ataque, desesperado para mantê-la lá. Foi então que o australiano Neill fez jus ao nome do adversário e deu um carrinho no mínimo imprudente dentro da área (ou ele achou que um zagueiro de nome Grosso poderia fazer alguma jogada de habilidade?). Aos 47 do segundo tempo.

O australiano acertou bola, adversário, grama e tudo. Pênalti não foi, mas o juiz achou o contrário e apontou para a marca fatal. Totti iria para a cobrança tentar fazer seu primeiro gol em Copas.

Em 2002, no famigerado jogo contra a Coréia do Sul, ele sofreu um pênalti legitimo não marcado e ainda foi expulso por simulação. Sua vingança pessoal e a de toda a Itália estavam para acontecer. Um chute forte, sem chances para o goleiro Schwarzer e Totti corria, com o dedo polegar na boca, para homenagear o filho.

A bola nem foi reposta no centro do campo e a Itália passou às quartas-de-final.

1 Comments:

At Tuesday, 27 June, 2006, Anonymous Anonymous said...

italia vingada de 2002. da-lhe huddink

 

Post a Comment

<< Home