Sunday, June 25, 2006

O medo derrotou o Equador (Inglaterra 1x0 Equador)

A seleção da Inglaterra chegou à sua 12ª Copa do Mundo com uma campanha de 51 jogos, onde conseguiu 22 vitórias, 15 empates e 14 derrotas, marcando 68 gols e tomando 45, um saldo aritmético de 23. Marcou uma média de 1,33 gols e levou 0,88 por jogo, que dá um saldo proporcional de 0,45.

Na primeira fase da Copa, a Inglaterra aumentou a estatística de jogos em três, a de vitórias em dois e a de empates em um. Nos gols marcados, mais cinco bem como mais dois sofridos. O saldo aritmético de gols aumentou para 26 e o proporcional (gols marcados por jogo) para 1,35. A proporção de gols sofridos caiu para 0,87, logo o saldo proporcional chegou 0,48 gol de diferença por jogo. Menos de meio gol.

O Equador tem uma historia mais modesta em Copas do Mundo, chegando à sua segunda participação, consecutiva. Caiu na primeira fase em 2002, ao contrário da edição 2006 do torneio. Seu histórico nas duas primeiras fases das duas edições em que marcou presença é de seis jogos, metade vitórias, metade derrotas, sem empates. Marcou sete gols e levou o mesmo número, facilitando as contas. Levou e tomou 1,17 gols por jogo, não tendo saldo algum.

Alguns desses dados seriam alterados após a partida que colocou as duas seleções frente a frente pela terceira partida de oitavas-de-final da Copa 2006. Ao menos o de partidas disputadas, já era certo, a Inglaterra chegando a 55 e o Equador a 7. Dependendo do resultado, um dos dois encerraria seu avanço histórico, ao menos nesta edição do torneio.

Aos 10 minutos de jogo, o zagueiro inglês Terry falhou ao tentar cortar o lançamento do equatoriano Espinoza, Delgado tocou para trás de cabeça e Carlos Tenório recebeu pronto para fuzilar o goleiro Robinson, mas o zagueiro inglês Ashley Cole apareceu sabe-se lá de onde para desviar o chute do atacante equatoriano, que ainda passou muito perto do travessão, indo para o escanteio. Na cobrança, com todo o time inglês dentro da área, fica mais difícil. Ainda assim os recém-eliminados suecos conseguiram fazer gol nos ingleses numa cobrança de escanteio e numa de lateral (!).

No ataque, desta vez a Inglaterra teve uma pequena (literalmente não) diferença: o grandalhão atabalhoado Croach ficou no banco. Os ingleses, que perderam Owen, só entraram com um atacante: o meia-bomba e até agora meia-boca Wayne Rooney. O jovem Theo Alcott, que foi à Copa sem nunca ter jogado pela seleção inglesa principal, continuou no banco.

Mas o jogo inglês não muda: chutes de fora da área, cobranças de falta e bolas alçadas na área, mas desta vez sem Crouch aparecendo acima dos zagueiros. Postados na defesa, os ingleses acabaram “intimidando” os equatorianos a fazerem o mesmo, sem sucesso, tornando o primeiro tempo da partida perfeito para quem sofre de insônia.

No segundo tempo, quase nada mudou. Nem a jogada do gol, que surgiu numa... cobrança de falta. Quase do mesmo ponto de onde cobrou a falta que o zagueiro paraguaio Gamarra desviou para o próprio gol e que deu a vitória aos ingleses na estréia, David Beckham fez uma cobrança perfeita aos 15 minutos da etapa final. A bola foi no cantinho direito do goleiro Mora, que jogava com uma bandeira equatoriana pintada em cada lado do rosto.

David Beckham, que joga sua terceira copa, fez um gol em cada uma delas. Em 1998, de falta, contra a Colômbia; em 2002, de pênalti, contra a Argentina. E em 2006, de falta, contra o Equador. E o gol contra do paraguaio Gamarra veio em uma cobrança do capitão inglês que passa perfume para jogar futebol. Por que será que ele não marca contra europeus?

Nos trinta minutos que faltavam, o Equador não conseguiu reagir e nem a Inglaterra golear, coisa que nunca fizeram num jogo de Copa. Seu recorde de gols numa partida é quatro, mesmo assim com dois deles na prorrogação que “decidiu” a final da Copa de 1966. Só para constar, o primeiro dos gols ingleses na prorrogação foi visto apenas pelo bandeirinha, pois a bola bateu no travessão e caiu quase um metro à frente da linha fatal. A outra vez que a Inglaterra fez quatro gols num jogo de Copa foi num empate com a Bélgica, também com prorrogação pois o jogo terminou empatado em 3 a 3.

O Equador não acreditou que poderia sair na frente no placar aos dez minutos de jogo. Ou atemorizou-se com a “tradição” inglesa, que nunca venceu sequer uma disputa de terceiro lugar jogando Copa do Mundo fora de casa e que vence suas partidas por uma média de 0,48 gols de diferença.

Ou seja, ganhando de 1x0, mais que suficiente, para os ingleses é quase uma goleada.

PS: Estatísticas do desempenho inglês em Copas do Mundo, atualizadas até a partida das oitavas-de-final de 2006. 55 jogos, 25 vitórias, 16 empates e 14 derrotas. 74 gols marcados (caiu para 1,34 por jogo) e 47 sofridos (manteve-se em 0,87). O saldo aritmético de gols aumentou para 27 e o proporcional caiu para 0,47.

1 Comments:

At Monday, 26 June, 2006, Anonymous Anonymous said...

o Equador entrou em campo com um sensação implícita de dever cumprido!talvez daí esteja a sua covardia!

 

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