Friday, July 07, 2006

Sobre a eleição do craque da Copa e outras picaretagens

São dez candidatos, todos dos times semifinalistas. O verdadeiro quarteto mágico formado por Buffon, Cannavaro, Zambrotta e Pirlo da Itália; Os três mosqueteiros franceses Vieira, Zidane e Henry; a dupla alemã Ballack (tsc, tsc, esses alemães) e Klose (que deve ser o artilheiro da Copa); e o guerreiro solitário português Maniche. Uma formação para esse time seria Buffon; Zambrotta, Cannavaro e (vaga em aberto*); Vieira, Maniche, Pirlo, Zidane e Ballack; Henry e Klose.

E interessante como uma entidade “séria” como a FIFA seria capaz da estupidez dar tal prêmio na véspera da partida decisiva. E depois da decisão do terceiro lugar, talvez como uma forma de chamar a atenção para essa partida quase que completamente subestimada por seleções e torcida.

Pois assim foi feito em 1998 e 2002. Respectivamente, Ronaldo teve uma convulsão na noite seguinte ao anúncio de que tinha sido aclamado como melhor da Copa da França e sua seleção perdeu a final por 3x0. Quatro anos depois, o goleiro Oliver Khan foi o escolhido e tomou dois gols na final (o primeiro deles um frangaço) marcados pelo tal Ronaldo.

Bem vamos por partes: da Itália, Buffon não tem sido tão exigido em grande parte pelas atuações seguras de sua defesa comandada por Cannavaro. Tomaram apenas um gol em seis jogos, mesmo assim marcado contra. O lateral Zambrotta tem sido muito eficiente tanto na parte defensiva quanto ofensiva. E Pirlo foi até agora importantíssimo na armação de jogadas e chutes de longa distância compensando as atuações “meia-boca” de Totti. O “jogo de equipe” italiano levou à marcação de onze gols por dez jogadores diferentes. Materazzi, Zambrotta e Grosso pela defesa, Pirlo, Totti e Del Piero pelo meio-campo e os atacantes Inzaghi, Iaquinta, Gilardino, Luca Toni (2 vezes). Só faltava Buffon fazer o gol do título.

Na França, Vieira é de longe o melhor médio-volante da Copa, Zidane o candidato com melhor lobby (se aposenta depois da decisão da Copa) e Henry ainda tem chances na artilharia. Basta que o alemão Klose passe em branco na decisão do terceiro lugar e ele marque três gols na decisão. Em tempo: esta é a primeira Copa em que nenhum jogador marcou três vezes na mesma partida.

Na Alemanha, a indicação do discreto Ballack não passa de agrado dos responsáveis pela eleição nos frustrados alemães. Já a indicação do até aqui artilheiro isolado Klose é mais do que justa numa Copa que já apresenta a segunda média de gols mais baixa, de apenas 2,27 por jogo até agora.

A pior média registrada foi em 1990 na Itália, somente 2,21 por jogo. Se a decisão de 3º lugar e a finalíssima terminarem sem gols e forem decididas nos pênaltis, a Copa de 2006 será a de pior média de gols da historia do torneio.

Por fim, Maniche é o indicado “de consolação” de Portugal, pela boa marcação e chegada ao ataque além de ser o artilheiro lusitano no torneio (marcou 2 dos 6 gols da equipe em seis partidas). Se fizer três, empata com Klose, caso este passe em branco.

*a vaga em aberto poderia ser preenchida por... Roberto Carlos, num esquema 3-5-2 com ele de zagueiro.

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