Monday, June 19, 2006

Crise, calote, juiz e gols eliminam Togo (Suíça 2x0 Togo)

Togo chegou à Copa do Mundo envolvida numa crise de bastidores certamente única na história dos participantes: o técnico que classificou o time nas eliminatórias, Stephen Keshi, foi demitido após uma desastrosa campanha (três derrotas em três jogos) na Copa Africana de Nações no início do ano; seu substituto, Otto Pfister, pediu demissão a três dias da estréia do time na Copa do Mundo, sendo substituído pelo seu auxiliar Kodjovi Mawuena.

Pfister justificou sua saída pelo fato de que a federação e o governo togolês não cumpriram o compromisso de pagar o prêmio dos jogadores pela classificação para a Copa do Mundo, o que havia deixado o grupo impossível de ser trabalhado. Entretanto, no dia da estréia de Togo, contra a Coréia do Sul, lá estava Pfister de volta, comandando do banco de reservas a equipe de Togo, derrotada de virada por 2 a 1.

Até a segunda partida, nada de prêmio. Então os jogadores togoleses, que já tinham feito greve nos treinos, ameaçaram não entrar em campo para a partida contra a Suíça. A Fifa interveio e, em meio essa turbulência, a seleção de Togo foi derrotada pelos suíços por 2 a 0, dando adeus às chances de se classificar para as oitavas-de-final.

Não que a Suíça tenha encontrado moleza. Com um futebol rápido, comandado pelo seu principal jogador Emmanuel Adebayor, Togo jogou de igual para igual com a Suíça, que nos primeiros minutos tentou apenas de fora da área, com Cabanas aos 4 e Dzemaili aos 6.

Aos 9, Togo sentiu de perto a forca de uma arbitragem de baixa qualidade. Adebayor subiu para cabecear para o gol. A bola foi para fora, mas ele foi seguro pelo zagueiro suíço Mueller e o juiz paraguaio Carlos Amarilla.

Entretanto, aos 16 minutos o lateral suíço Magnim fez uma grande jogada pela esquerda e cruzou na área para Barnetta ajeitar e Frei finalizar, meio de coxa, meio de joelho, abrindo o placar.

O gol não pareceu desanimar os togoleses, que seguiram atacando e mostrando uma boa marcação no meio-campo. Porém aos 34 minutos houve o lance que decretou a sorte de Togo na partida: Adebayor driblou Mueller dentro da área e foi derrubado. O árbitro, que segundo o tira-teima da TV estava a longínquos 27 (isso mesmo, 27) metros do lance, nada marcou. Mas acatou a decisão do bandeirinha num lançamento que Kader recebeu livre, na mesma linha dos zagueiros.

Antes do final do primeiro tempo, o meia Cherif Toure Maman ainda tentou um chute de fora da área.

Na etapa final, a Suíça voltou melhor e teve três chances de ampliar o placar entre os 5 e 13, primeiro com Barnetta, que o goleiro Agassa defendeu; depois, num chute de fora da área de Yakin; por fim, num chute de Frei dentro da área, desviado pelo zagueiro.

Togo só teve sua primeira chance no segundo tempo aos 17 minutos, num chute pouco pretensioso de Salifour. Logo depois, Agassa fez grande defesa num chute quase à queima-roupa de Yakin.
O juiz Amarilla, perdido em campo, ainda conseguiu ficar no caminho da bola num chute de longa distância. De Togo.

Visivelmente cansados, os times diminuíram o ritmo a partir da metade do segundo tempo. Frei ainda tentou um chute de cobertura do meio campo, mas a bola passou por sobre o travessão.

O belo gol de Barnetta, num chute cruzado da entrada da área após receber um belo passe de Lustrinelli, longe de fazer justiça a o que foi o jogo, decretou a sorte da mal-gerenciada seleção togolesa.

Fora da Copa, os togoleses se despedem contra a França, na última rodada. Sem Zidane, a ex-metrópole de Togo precisa vencer de qualquer maneira para não repetir 2002 e ser eliminada na primeira fase.

Mesmo sem chances na Copa, este pode ser o jogo da vida da ex-colônia francesa.

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