Monday, May 29, 2006

Favoritismo Traiçoeiro - Parte 02 (1958-1970)

O período de 1958 a 1970 foi consagrador para o futebol brasileiro. Às custas, dentre outras coisas, da tal "maldição do favoritismo":


1958, Suécia: Uma copa sem favoritos, mas na qual não faltaram surpresas, como a eliminação da Argentina na primeira fase após uma sonora goleada (6x1) para a Tchecoslováquia (a vice-campeã da copa seguinte também foi eliminada e a primeira colocação do grupo ficou com a Irlanda do Norte). País de Gales também surpreendeu e eliminou a Hungria na primeira fase, vendendo caro a derrota por um gol para o Brasil nas quartas-de-final. Mas nada se comparou à surpresa proporcionada por um time que tinha um adolescente que viraria rei e um ponta-direita de pernas tortas. Depois de uma vitória e um empate sem muito brilho, o time venceu o “futebol científico” dos soviéticos (2x0), passou por Pais de Gales nas quartas-de-final, pela França do artilheiro Just Fontaine nas semifinais (5x2), chegando à decisão contra os anfitriões, campeões olímpicos dez anos antes. Pela primeira e única vez uma seleção não-europeia conquistou uma Copa jogada na Europa, goleando os anfitriões por 5x2. Mesmo saindo desacreditados de seu país, se tornaram a única seleção não-européia a vencer uma copa na Europa. Seu nome: Brasil.

1962, Chile: Os atuais campeões mantêm o título, sem o rei Pelé, mas com Garrincha jogando por 10 deles, e constituem a rara exceção de consolidar favoritismo em Copas do Mundo.

1966, Inglaterra: Copa realizada na terra dos auto-intitulados “inventores do futebol”, que mesmo com um bom time, precisaram mesmo da arbitragem para vencer. Surpresa: o estreante Portugal faz o artilheiro da copa (Eusébio, 9 gols) e conquista o terceiro lugar; a desconhecida Coréia do Norte (em sua única participação em Copas) elimina a Itália; e o Brasil, franco favorito, cai na primeira fase, com duas derrotas por 3 a 1 (Hungria e Portugal) e uma modesta vitória por 2 a 0 (dois gols de falta) sobre a ainda mais modesta Bulgária.

1970, México: Mesmo contando com aquela que seria considerada a maior seleção de todos os tempos, problemas no alto comando da equipe (troca tumultuada de técnico às vésperas da competição), o Brasil atraía muito mais desconfiança que otimismo, mas em campo, não deixou dúvidas: venceu os seis jogos, incluindo aí os campeões ingleses, os rivais uruguaios e a então campeã européia Itália na final por um sonoro 4 a 1, conquistando em definitivo a posse da taça Jules Rimet.

(continua)

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