Tuesday, May 16, 2006

Os favoritos da vez (e/ou de sempre) - parte 01

Toda competição tem seus favoritos, uns mais que outros. Uma boa maneira de medir este aspecto é pela cotação de cada equipe na bolsa de apostas. Na casa londrina William Hill, estas são as três seleções mais cotadas para vencer a Copa do Mundo 2006:

Brasil: 3,25 libras para cada apostada.
Inegavelmente, o selecionado brasileiro nunca foi tão favorito a vencer uma Copa desde... 1982. Ronaldinho Gaúcho foi eleito duas vezes seguidas o Melhor do Mundo (e da ultima vez, com sobras). Além dele há no grupo pelo menos quatro jogadores com poder de decisão inegável (Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho, Kaká, Adriano e Robinho) e outros de comprovada experiência e qualidade, só perde a Copa por um desastre – que sempre está sujeito a acontecer numa competição eliminatória curta como a Copa do Mundo. No banco, o técnico campeão mundial de 1994, o experiente e tranqüilo Carlos Alberto Parreira. Contra o time pesam o suposto cansaço dos principais jogadores e o pouco tempo de preparação. Em 2006, até a convocação, o time só jogou uma vez, contra a Rússia e só volta a jogar às vésperas da estréia contra um combinado suíço e a seleção da Nova Zelândia – adversários de inferioridade imensurável.

Inglaterra: 8 libras para cada apostada.
Em segundo lugar no ranking das apostas, o English Team chega à Copa com aquele que seria o seu melhor time de todos os tempos – melhor até que a equipe campeã mundial em 1966. Destaque para o meio-de-campo, formado por Frank Lampard (segundo melhor do mundo em 2005), Steven Gerard, David Beckham e Joe Cole. O ataque, teoricamente excelente, virou uma incógnita, já que Michael Owen estaria passando por problemas psicológicos e a jovem sensação Wayne Rooney contundiu-se e sua recuperação se completará às vésperas do mundial. Além disso, meses antes do torneio, o técnico Sven-Goran Eriksson envolveu-se numa “pegadinha”, falando mais do que devia sobre certos jogadores e já deixará a seleção inglesa mesmo que conquiste o título. Eriksson mostrou ousadia (ou seria irresponsabilidade) ao convocar Theo Walcott, jovem promessa de 17 anos que sequer jogou no time principal do Arsenal, que o contratou no início do ano. Além do mais, a seleção inglesa tem fama de “amarelar” em partidas decisivas, como no confronto com o Brasil numa das quartas-de-final em 2002.

Itália: 8,5 libras para cada apostada.
A Squadra Azzura é como sua conterrânea na Fórmula 1, a Ferrari. Pode até não vencer, mas sempre tem chance e é bem cotada. O principal nome do time, Francesco Totti, vai à Copa imediatamente após recuperar-se de uma contusão que o afastou dos gramados por três meses. Caso não esteja em sua melhor forma, abre espaço para o veterano Del Piero, que voltou a jogar bem pelo seu clube, o Juventus. Tal como Pelé e Tostão em 1970, há quem ache que ambos não podem jogar juntos, de acordo com a tradição italiana de não escalar dois meias habilidosos na mesma equipe. Por outro lado, há uma espécie de consenso de que a Itália estaria abandonando o defensivismo que levou o time a cinco finais de Copa e três títulos. O que, ainda no campo da tradição, pode não significar necessariamente algo bom para eles. Fora os dois meios-campistas, não há no time nenhum jogador que mereça o rótulo de craque – algo que pode ajudar no caráter coletivo do time, que fez péssima campanha na Eurocopa, sendo eliminado logo na primeira fase. E para os supersticiosos de plantão, a Itália chega à Copa com seu futebol afundado em denúncias de manipulação de resultados, tal como em (três batidas na madeira) 1982. E pode ser adversário do Brasil já nas oitavas-de-final, caso um dos dois termine em segundo no seu respectivo grupo. Curiosidade: a seleção italiana é a única do Mundial cujos todos os convocados jogam em times do país.

A seguir: mais favoritos, ainda que menos cotados do que os supracitados.

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