Wednesday, May 17, 2006

Os favoritos da vez (e/ou de sempre) - Parte 02

Conforme o prometido, mais seleções favoritas, de acordo com a cotação na casa de apostas William Hill.

Alemanha: 9 libras para cada apostada.
Se não jogasse em casa, estaria no mínimo três vezes menos cotada. Passando por um momento de escassez de talentos, a seleção alemã ainda depende muito dos principais nomes da copa de 2002, na qual conquistou o vice-campeonato: o goleiro Oliver Khan (que perdeu a posição para Jens Lehmann, finalista da Copa dos Campeões da Europa pelo Arsenal), o atacante Miroslav Klose (artilheiro da equipe em 2002, com cinco gols de cabeça) e, principalmente, o meia Michael Ballack. Este afirmou que um eventual fracasso de sua seleção poderia ser atribuído antecipadamente à pouca experiência da maioria da equipe, jovens que poderiam disputar torneios sub-21. Dentre estes, destaque para o zagueiro Per Mertsacker, que se machucou às vésperas do torneio, mas não deve desfalcar a equipe, e o atacante Lucas Podolski. Mesmo assim, não será surpresa se chegar ao menos até a semifinal.

Argentina: 9 libras para cada apostada.
A eliminação precoce na última copa, a saída de alguns dos principais jogadores (Ortega, Verón, Batistuta) e a baixa média de idade da atual equipe poderiam motivar uma cotação bem menor para a seleção argentina. Além disso, o experiente Riquelme, principal jogador do time, não teve o que se poderia chamar de um bom final de temporada. Mas a Argentina tem tradição de montar equipes competitivas e conta com um grupo que ganhou os últimos três mundiais sub-20 (igualmente comandados pelo técnico Jose Pekerman) e a medalha de ouro olímpica, em Atenas. Além disso, tem Carlos Tévez, que conseguiu a proeza de ser o melhor jogador em atividade no Brasil em 2005 e o jovem Lionel Messi, do Barcelona, que se chegar em forma tem tudo para ser um dos craques da Copa.

Espanha: 13 libras para cada apostada.
A “Fúria” não chegou às semifinais da última copa por obra e culpa da arbitragem, que beneficiou claramente os anfitriões sul-coreanos nas quartas-de-final. Para esta copa, o técnico Luis Aragonés convocou uma seleção com poucos atacantes natos, apenas três: Raúl (Real Madrid), David Villa (Valencia) e Fernando Torres (Atlético de Madrid), deixando Morientes de fora. Entretanto, alem de serem atacantes acima da media, o elenco tem bons meias de criação (Luis Garcia, Xabi Alonso e o jovem Fabregas, que jogam na Inglaterra). A grande surpresa foi a convocação do brasileiro naturalizado Marcos Senna. Jogando num grupo teoricamente fácil (com Arábia Saudita e Tunísia) e estreando logo contra o outro “forte” do grupo (Ucrânia), não deve ter dificuldades em avançar às oitavas.

Holanda: 13 libras para cada apostada.
A participação da seleção holandesa é sempre aguardada com expectativa, desde que Cruijff e Cia encantaram o mundo em 1974. Ausente em 2002, a Holanda chega à Alemanha apostando alto na renovação. O técnico Marco Van Basten abriu mão da experiência dos semifinalistas da Copa de 1998, convocando apenas três jogadores daquele grupo: o goleiro Van Der Saar, o lateral Giovanni Van Brockhorst e o meia Philip Cocu. Nomes como Kluivert, Davids, Seedorff e Stam ficaram de fora. O técnico aposta num esquema bastante ofensivo, com dois pontas armando para o artilheiro Van Nistelrooy. Além da renovação etária, há outra, um tanto incômoda e perniciosa: após as suspeitas de que conflitos de cunho racial no grupo teriam sido responsáveis pela não-classificação da equipe para a copa de 2002, Van Basten adotou uma solução simples e pragmática: convocou apenas três atletas "de cor": o zagueiro Kew Jaliens, o meia Hedwiges Maduro e o atacante Ryan Babel.

França: 13 libras para cada apostada.
Dentre as seleções que já foram campeãs, a França é a que chega menos cotada. Além da média de idade de 30 anos (a mais alta da copa), que deixa a equipe bem mais vulnerável à baixas por contusão, houve também os maus resultados na Copa de 2002 (quando não marcou um gol sequer, sendo eliminada na primeira fase) e na Eurocopa 2004, quando foi desclassificada pela limitada Grécia (que acabou conquistando título). Não ia bem nas eliminatórias, até que uma mobilização nacional motivou o retorno do meia Zidane, herói da conquista mundial de 1998. Com ele em campo e em forma, até jogadores limitados como Wiltord e Cissé podem se tornar perigosos. Além do mais, a carreira de “Zizou” terminará junto com o apito final da última partida da França na Copa. E certamente Makelele, Vieira, Thuram, Henry e Trezeguet não querem somente apagar o fiasco de 2002 com uma campanha um pouco melhor. Eles querem e acreditam no título, sim.

Portugal: 21 libras para cada apostada.
Luiz Felipe Scolari prometeu deixar o comando da seleção brasileira logo após a disputa do mundial de 2002. Mesmo com o título, não mudou de idéia e foi treinar a seleção de Portugal. Com uma campanha invicta nas eliminatórias (9 vitórias e três empates) e o vice-campeonato da Eurocopa, Portugal aposta principalmente na habilidade de Cristiano Ronaldo e Deco, além dos gols do artilheiro perna-de-pau Pauleta. Scolari também acabou fazendo as pazes com Luís Figo, com quem havia trocado farpas. Se Figo jogar o que sabe, os lusitanos têm boas chances. E Felipão mostrou ter a sorte a seu favor antes da bola rolar: tal como o Brasil em 2002, Portugal pegou um dos grupos teoricamente mais fáceis do torneio: Angola e Irã completam o grupo junto com o México, que deve disputar com Portugal a primeira colocação na chave.

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