Sunday, May 21, 2006

Zagalo

Não é lá muito difícil ter antipatia por Zagalo (sem os dois “l” que ele adotou graças o seu entusiasmo pela numerologia). Deixando à parte sua irritante triscaidecofilia (ou fascinação pelo número treze), Zagalo é e sempre foi um oportunista e tão entendido em futebol quanto um esquimó do pólo norte. Contra isso há o fato de o velhinho ser de fato o único tetracampeão mundial de seleções. Eis um breve histórico de suas conquistas na seleção brasileira:

Suécia 1958: Zagalo viaja com a seleção brasileira na merecida reserva do grande Pepe, do Santos. A poucos dias da estréia, Pepe machuca-se e Zagalo assume a vaga. Marca um dos cinco gols da seleção na final contra os anfitriões.

Chile 1962: O caráter cíclico da historia manifesta-se mais uma vez, com Pepe machucando-se novamente às vésperas da estréia. Zagalo marca o segundo gol na vitória contra o México, na primeira fase.

México 1970: Já como técnico, assume a vaga de João Saldanha, demitido do cargo pouco antes da copa. O time de Saldanha marcou 23 gols e tomou apenas 2 nas seis partidas das eliminatórias (média de 3,75 gols por jogo). Protegido dos então presidentes da CBD João Havelange e da República Médici (torcedor do Atlético Mineiro e fã de Dario “Dadá Maravilha”), Zagalo retribuiu convocando Dario (que ficou conhecido como “o jogador do Presidente”). Com Pelé, Rivelino, Jairzinho, Gérson, Tostão e Cia., nem Zagalo poderia estragar o time, como faria na copa seguinte.

Estados Unidos 1994: como “coordenador técnico” da seleção, fez o possível para atrapalhar o trabalho de Carlos Alberto Parreira, relutando em convocar o Romário para as eliminatórias. Romário “só” jogou a partida decisiva, marcando contra o Uruguai os dois gols que puseram o Brasil na copa. Nos EUA, foi mais que decisivo, marcando 5 dos 11 gols da seleção, além de participar de mais cinco.

Diante desses números, poucos esquecem dos seus fracassos como treinador nas copas de 1974 e 1998. Na primeira, disputada na Alemanha, ironizou o revolucionário futebol da seleção holandesa com a frase “A Holanda faz muito tico-tico no fubá” e prometeu “espremer a Laranja Mecânica”. Resultado: passeio holandês e vitória incontestável dos laranjas (que jogaram de branco, talvez por isso não foram “espremidos”) por um 2 a 0 que ficou barato. Já na França em 1998, cortou Romário às vésperas do embarque, escalou Junior Baiano como zagueiro titular e não teve pulso para lidar com a mal-explicada convulsão do artilheiro Ronaldo a poucas horas da final contra os anfitriões. Resultado: derrota de 3 a 0, com Ronaldo fazendo número durante toda a partida, sem ser substituído. Dizem que foi exigência do patrocinador.

Fora isso, volta e meia pipocam acusações (pouco divulgadas na mídia, diga-se de passagem) de que o velhinho ganha um por fora em negociações de jogadores (sabe-se que um de seus filhos é empresário do ramo) e que isso poderia influenciar nas convocações da seleção brasileira. Além do mais, Zagalo reza pela cartilha de Ricardo Teixeira, um câncer abrigado desde 1989 até hoje como presidente da Confederação Brasileira de Futebol (antiga “de Desportos”), o que, obviamente, não significa riqueza de caráter.

1 Comments:

At Tuesday, 23 May, 2006, Anonymous Anonymous said...

HO HO HO !


O bom velhinho não merece uma estapafada de fatos dessa magnitude ! Afinal de contas, quem foi que ironizou a comemoração AVIÃOZINHO na virada, Brasil x Africa do sul ? E o melô do sexo oral, cujo conteúdo não cansa de ser repetido na mídia mundial ?

Não Targino. Você foi muito duro, diria até rígido, com o bom velhinho! e como castigo: não tem presente de natal esse ano !


:DDDDD

Abraço e
Parabéns pelo blog ( coisa de viado ) !


Cleiton

 

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